Parece que foi ontem, um dos fatos mais trágicos da história brasileira pós-ditadura, o massacre de Eldorado dos Carajás, completa 15 anos neste domingo (17) e mesmo se passando esse tempo os corações revolucionários continuam doloridos.
No total 19 trabalhadores sem-terra foram mortos e mais de 70 ficaram feridos em uma operação truculenta e imbecíl, ordenada pelo governo do PSDB e executada pela Polícia Militar.
O massacre ocorreu em 17 de abril de 1996, por volta das 17h, quando cerca de 1.100 sem-terra ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) interditavam a rodovia PA-150, na altura da curva do “S”, em Eldorado dos Carajás (a 754 km de Belém). Os manifestantes marchavam rumo à capital paraense para exigir a desapropriação da fazenda Macaxeira, em Curionópolis (PA), ocupada por 1.500 famílias havia 11 dias.Do gabinete do governador Almir Gabriel (PSDB) partiu a ordem para “desobstruir” a via; o secretário de Segurança Pública, Paulo Sette Câmara, reforçou a orientação e autorizou o uso da força policial para tirar os manifestantes da rodovia. Pantoja disse, em seu depoimento no Tribunal do Júri, que tentou argumentar com seus superiores para que a tropa de choque fosse chamada para a operação, já que seus comandados não teriam condições para cumprir a ordem, mas teve o pedido rejeitado.
Orientado a seguir com a desobstrução, o coronel partiu de Marabá com policiais munidos de armamentos pesados. No lado oposto da PA-150, a partir de Parauapebas, vieram os comandados de Oliveira, também fortemente armados. Na curva do "S", onde a multidão se aglomerava, os PMs utilizaram bombas de gás lacrimogêneo para liberar a rodovia
Os sem-terra revidaram atirando pedras e paus contra os policiais. Em seguida, alguns PMs passaram a disparar com armas de fogo em direção aos manifestantes. Apesar dos tiros, a maioria das mortes não ocorreu no momento do enfrentamento, mas alguns instantes depois, quando os trabalhadores já estavam rendidos, segundo a perícia.
Eldorado ficou marcado na memória daqueles que acreditam no Socialismo e na possibilidade de derrotar a burguesia parasita.
Acredito que hoje é um dia de reflexão e ao mesmo tempo de reafirmação da luta pela reforma agrária e consequentemente qualidade de vida para as populações do campo,das águas e das florestas.
A LUTA! A LUTA! CONTINUA CAMARADAS!
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